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28 setembro 2009

... nostalgic ...


Perdoa-me minha amada este estado de melancolia.
Perdoa-me esta dor que tento dissipar, estas lágrimas – que sentes à distancia – que tento controlar, mas quanto maior é o tempo que estamos juntas, maior é a vontade de nunca te deixar ir, de nunca partir.
Nada serve para me consolar, nem mesmo a manhã que trará a tua voz e o teu sorriso, nem mesmo a noite próxima em que no meu colo voltarás a aninhar-te.

Perdoa-me esta revolta que hoje sinto de não poder embalar o ocaso do teu dia, de não poder transpirar no teu calor, de não poder ao final desta noite acordar com o deslumbre do teu olhar carinhoso.
Quando partes fica um silêncio ensurdecedor e com ele a dor de que terei de contentar-me com o amor com que inundaste esta casa, esta cama.

É curto. É sempre curto o nosso estar.
Tanto fica por dizer, confessar ou desabafar, comentar ou crescer.
Tanto fica por fazer.
Tanto fica por amar.

Perdoa-me minha amada divina este estado de nostalgia.
Perdoa-me estas lágrimas emotivas que nascem no coração plenamente arrebatado pela tua alma, pelo teu ser. Lágrimas em forma de Tulipas que florescem do nosso sentir, do nós que é livre e que é tão teu como meu, minha mulher, minha gémea alma.
Lágrimas que esta noite, na ausência dos teus lábios, beijam-me a face.


23 setembro 2009

... time ...


Se há coisa nesta vida que se perde e jamais a podemos recuperar é o tempo.
Não o tempo de como eram as coisas ou o tempo das modas por vir. Falo desse tempo feito de horas e minutos. Falo desse tempo feito, para nós, minha amada, desse tempo feito a dois compassos: Um quando estamos juntas e o outro quando o meu olhar procura reminiscências do teu.

Falo do tempo que embora único e igual, sentimos feito de dois pesos e um relógio: Um acelerado que nos rouba a medida de podermos contemplar-nos, tocar-nos e falarmos com todos os sentidos e o outro que nos atrasa o momento de podermos novamente estar pele na pele, lábio a lábio, palavra a palavra.
Dói este estar e não estar, cada despedida é ou o suster – no teu caso – ou o desatino – no meu – do coração em ambos os casos arrepiado de emoção, do coração que não reconhece a responsabilidade das coisas mundanas.

Aí amada, como eu gostaria de poder parar o tempo, o mundo ou de encontrar a porta para um qualquer universo paralelo feito apenas de mim, de ti e da nossa imaginação. Um universo sem limites de horas ou dias, sem condições de espírito ou matéria.
Sublime amada, a questão é de que quando não estamos juntas vivo a dois tempos. Ora no tempo que já partilhei contigo ora no tempo em que voltarei a respirar junto á tua boca.

O meu presente? Onde fica?
O presente esse é feito do repassar das imagens que ficam, das conversas que nos fazem crescer, do saborear dos cheiros que destemidamente deixas nos meus lençóis, do reevocar dos gemidos que desabafas ao meu toque.
Presente feito do deslumbre do tudo o que há-de vir, dos desejos que vamos concretizar, da vida que hei-mos de construir…

Hora a hora,
Dia a dia,
Enquanto esta vida não nos deixar.



22 setembro 2009

... tango ...


Se sofri no Amor?
Sim. Umas quantas vezes.
Uma ou outra profundamente?
Sim. Uma vez.
Se me lembro da dor?
Não.

Recordo a desilusão, a angústia, a melancolia do coração desfeito e ferido. Consigo até mesmo recordar as imagens dos dias de pleno abismo e até mesmo as lágrimas e a tristeza que parecia infinita. Mas, tudo parece tão distante, tão inócuo e tudo é tão destituído de sentir.

Se já tinha sido feliz no amor?
Sim. Claro que sim!
Duas semanas, quatro meses, nunca um ano.
Sim, já fui muito feliz.

Recordo o contentamento, o sentimento de alegria, os momentos de felicidade, a vontade de chegar … e também a vontade de acabar, de partir pouco depois de ter chegado a nenhum lado.

Contigo não sei muito bem onde cheguei.
Só sei que daqui não quero partir. Sem que venhas comigo, sem que vá contigo seja lá para onde for. Quero. Quero ir para qualquer lugar de qualquer maneira… contigo.
É recíproco. Tornando a felicidade ainda mais infinita, porque é feito do teu tempo e do meu sem fim.

Se já tinha chegado a este sentir, a esta tela pintada a quatro mãos, a este poema escrito a dois corações, a este Tango?
Não. Não, enquanto acordada.
Assim, só mesmo quando sonhava contigo, quando ainda não sabia o teu nome.

Doce melodia e satisfação ao constatar
- Agora que te vivo -
Quão pobres eram os meus sonhos!



19 setembro 2009

... bubbles ...




Desta vez é grande o desafio.
Desta vez parece-me quase impossível o poder usar – a que tem sido sempre – a minha arte de expressão para transpor para o mundo o que sinto.
Não é que não encontre palavras. Encontro-as, mas nenhuma delas, nenhuma forma gramatical ou conjugação de frases consegue comportar todo este sentir, emoção e certezas.
Nenhuma ou nada consegue conferir o cunho do que me percorre o coração, o corpo e a alma do que por ti sinto, do que me fazes quando contigo estou ou não estou, do que todo o teu amor me provoca ou me deixa.

Permite-me, minha amada, sempre sonhada e agora concretizada, que compare o que sinto a bolas de sabão: livres e soltas, leves e cheias de ar com infindáveis possibilidades em produção constante.
Permite-me, minha Deusa, suprema entre todas e agora encontrada, que compare este nós a um peixe: livre de nadar em todos os oceanos, mas que não existe sem água, que navega na intensidade da profundidade sem medos ou incertezas, apenas com o instinto de que é somente na vasta água que pode cumprir a sua essência.
Estes, são o que são, enquanto o podem ser.
Ambas sabemos que o nosso amor é algo semelhante. Mas como exteriorizar o que e como ele nos faz sentir?

A verdade minha mulher, minha doce e sexy, carnal, emotiva, bela, poderosa, espirituosa, independente, carinhosa, paciente, sexual, respeitadora, carinhosa, paciente, sexual, intuitiva, forte e inteligente mulher, a verdade é de que:
Tu és o sangue do meu intelecto, o ar da minha evolução, a carne do meu desejo, a terra do meu conforto, o ventre da minha família, a água da minha calma…
Tu és o tudo que encaixa.
Tu és o tudo à minha medida…
Perfeito.

17 setembro 2009

... avalon ...



Não fui eu que te trouxe a casa.
Eu, sozinha, não saberia como aqui chegar. De resto, também não sabia que tínhamos que chegar juntas, percorrer de mãos dadas, coração no coração, alma na alma os últimos metros do caminho.

Desde sempre procurei o palco de toda a magia. Sempre afirmei que não esperava tocar no céu com as minhas próprias mãos, mas não raciocinei que também não seria sozinha que iria encontrar esta ilha, este recanto, esta morada onde tudo flui sem qualquer razão ou acção.

Não fui que te trouxe a casa, que te devolvi à Deusa.
Chegámos juntas, pois embora, querendo, procurando e rezando, também eu nunca tinha encontrado o verdadeiro espírito ou toda a força dos elementais.
As brumas dissiparam-se e o caminho de Avalon surgiu-nos à frente quando juntas, preparadas estávamos para o percorrer.

E a magia tornou-se real porque este nós, feito de mim e de ti é sustentado por isso mesmo:
Por secular Magia.

15 setembro 2009

... winged heart ...



Quero estar no teu coração como o sangue que lateja avidamente.
Como o sangue que passa livremente sem obstáculos ou paragens, que te faz transbordar de vida e de amor.

Como o sangue que percorre as tuas veias, que instiga o brilho dos teus olhos, o poder do teu sorriso, que bombeia de oxigénio, cada poro do teu corpo. Quero ser uma fonte sincera, sem a qual não acordas nem para um novo amanhecer ou entardecer de sonhos.

Não quero ficar gravada ou cravada no teu coração ou corpo e muito menos na tua alma.
Quero ser a morada à qual queres regressar, na qual queres morar com toda a força e desejo do teu coração alado.

... vanish ...



Não sei quem escolheu quem.
Se é que alguma vez nos foi dada essa opção.

Não sei se nos escolhemos mutuamente – ao mesmo tempo – ou se isso foi de facto possível.
Não sei se uma de nós escolheu primeiro e se assim foi, também não sei se essa escolha terá sido depois de sabermos os nossos nomes ou moradas. Ou, se por outro lado terá sido muito antes de sabermos a cor dos olhos da outra e o som do sorriso.

Não sei se já estávamos destinadas.
Quase sempre – desde de que estou contigo – acredito que nada nos foi dado a escolher. Não nos foi dada a hipótese de dizer que sim e muito menos que não.

Quando estamos juntas o Mundo não pára. Desaparece, simplesmente.
Desaparece a matérias, os sons, os cheiros, cores e texturas que subsistem para além de mim e de ti. Tudo se transforma na tua pele, no calor do teu corpo e a única coisa que importa é ser a nascente do teu rio, ser a alma que te inspira, ser o rastilho do teu crescimento.

Desaparece o Mundo.
Sinto apenas o toque do teu corpo, os teus lábios na minha língua e os meus olhos, que embora olhem para o horizonte, não vêm mais do que os teus igualmente fixados nos meus. Resta apenas esta responsabilidade de vida, a tua, a minha e a nossa de não nos perdermos no êxtase deste reencontro, que temos vindo a fazer ao longo dos séculos.


30 outubro 2008

... never too soon ...



Sempre que parto. Sempre que partes, desconheço como lidar com este sentir que fica e que faz perdurar o teu olhar em mim, os teus beijos – sempre poucos – nos meus lábios, o mesmo sentir que me é desconfortável pela falta de controle sobre o emocional que me faz pedir sempre mais e mais, este sentir que me corrói assim que a porta se fecha atrás de mim. Atrás de ti e é tristeza que me cala. Que me encerra para o mundo e que me faz reviver os momentos do som da tua voz, do brilho do teu sorriso, da tesão das tuas ancas.

Ninguém sabe o quanto me tens.
Nem mesmo tu, amada. Por muito que te o diga, desta e daquela forma, com esta ou aquela palavra, nesta ou em outra acção, por muito que o vejas nos meus olhos, na minha paz – quando contigo estou – por muito que o sintas no meu abraço, nem tu, amada, sabes o incomensurável é o amor que por ti tenho, sinto e sou. Porque nem mesmo eu consigo alcançar a magnitude deste amar.

Brotam lágrimas que suplicam o fim da tua ausência, exigem o ocaso do tempo que passa entre o até já e o mais tarde. A casa fica fria quando partes e o meu olhar vazio quando vou para onde não estás. Há medida que as semanas vão passando torna-se cada vez mais difícil, mais complicado estes “até breve”. Mesmo quando entre o até e o breve não passem mais do que uns míseros dias.

É melancolia que me rodeia.
Já foram tantos os dias, tantos os meses. Anos desperdiçados sem o teu fulgor, que só peço que me deixem e que me permitas saciar esta fome, esta sede, este desejo de viver e morrer profundamente em ti.

26 outubro 2008

... rope ...


Cada rio de sofrimento outrora chorado, agora evaporado na memória de um coração submerso na plenitude de um amor recíproco.
Entrego-me.
Sem condições ou salvaguardas, sem receios ou reticencias.
Entrego. Mais do que o corpo ou o coração ou a alma. Entrego a vontade de submeter-me à tua vontade, aos teus braços, ao teu desejo, ao teu amor, aos teus olhos.

Tal como uma corda que se entrelaça ficando mais forte, enlaço-me nas tuas pernas, no teu ventre, nos teus braços, na tua língua, nos teus cabelos. Não é o ímpeto do teu enamoramento que me tem assim. É a confiança que imana de ti.

És uma gigante.
E eu pequena, protegida na palma da tua mão.

21 outubro 2008

... cloud ...


Busco em mim as palavras. Outrora sempre fluidas, sempre prontas.
Porem, não existem palavras. Apenas esta brancura, este sentimento de paz.
O sossego. O mundo em silêncio. Em pausa.

Não me deixas num estado tal e tal. Tu és a candura que nunca pensei existir.
Tu és tanta coisa, mas sobretudo este sentimento, que conheço e desconheço.
Este sonho perdido, desacreditado, infame tortura de quem não sabia onde ou como te encontrar e desistiu.

E afinal estivemos sempre tão perto, tão longe.
Cruzamo-nos aqui e ali, mas os meus braços não estavam prontos para o te acolher e guardar. Passei à tua porta, mas os teus olhos não encontrariam os meus, cegos que estavas pelo eclipse de outros. Quantas noites, quantas luas não te amei sem conhecer o teu nome, o teu corpo, a tua cor. Quantas noites à tua espera sem saber quando chegarias. Se chegarias - se quer - e desisti.

Não é um estar nas nuvens. Eu sou a própria nuvem. Branca, recortada contra o céu azul que me envolve. Não é um navegar num oceano. Eu sou a própria onda. Suave e harmoniosa na maré do teu ser, do teu corpo.

Não é um amar.
Nós somos o amor.

14 outubro 2008

... idiot ...





O Ser apaixonado é um idiota.
Tudo o mais – além do objecto do seu amor – existe. Mas é uma realidade da qual nos encontramos desconectadas. Toda a rotina se torna num empecilho, um obstaculo à vivência da nossa paixão. E quando nos encontramos apaixonadas só isto importa: Respirar o amor. Só isto nos faz inteiramente feliz.

Claro que tudo aquilo que existe para além do amor é necessário.
Um mal que subsiste por bem. Sem ele o amor esgotar-se-ia em si. Sem ele as apaixonadas iriam com certeza consumir a sua individualidade e por conseguinte a relação.
Ahhh mas como seria bom um tempo de enclausuramento no amor, onde se pudesse fechar as portas e as janelas ao mundo. Parar o tempo e viver (nem que fosse por uns dias) toda essa loucura, todo esse desejo inesgotável, toda essa fogosa paixão.

Loucos são todos aqueles que rejeitam o poder mais absoluto do universo: o poder do amor. Sob o seu efeito somos capazes de tudo. Olhemos o exemplo de Orfeu que no seu amor, resgatou a sua amada Euridíce ao próprio inferno.

Embevecidas em amor somos capazes de tudo.
Elevamos a nossa mortal existência.
Já não andamos,
Flutuamos.
Já não dormimos,
Sonhamos.
Já não respiramos,
Suspiramos.

Em cada face da Lua encontro uma parte de ti.
Em cada horizonte, uma linha do teu corpo.
E cada cenário exige a tua presença.
Como se nada mais estivesse completo
quando tu não estás.

É idiota este estado.
É loucura irracional.
Mas que me interessa o que pensam,
se quando contigo estou,
estou verdadeiramente feliz.


30 setembro 2008

... music ...



Ecoa de novo a música em mim.
É o amor a dedilhar a minha vontade, o meu desejo a minha necessidade.
Voltaram os acordes, as vozes e as letras. Tocam em uníssono ao timbre da pele e do músculo.

Não és alguém que me salva.
És a luz que me acolhe, o sopro de Anjo que me toca, o Amor que me deseja.
Como o último ponto da costura de uma ferida, como a última gota que fez transbordar o copo, és a selecção natural do coração ardente na esperança de vida no leito do amor.

Bebo cada gemido teu. Cada crença, cada confissão e cada sonho. Libertas-me do peso do mundo que insisto em carregar, de todos os fogos que não consigo apagar, mas sobretudo matas todo e qualquer medo de amar.

Nós somos o ciclo completo.
Pois, eu sou a noite e tu o dia.


21 setembro 2008

... lighter ...




Terá sido o isqueiro original – exquisite mesmo – ou terá sido o facto de que ela lhe tenha acendido o cigarro, em vez de passar-lhe o isqueiro para a mão.
Druiel não conseguia colocar um pin no que a fez reparar em Herchel. Já a tinha visto antes e já tinham trocado algumas palavras. Mas foi naquele momento em que lhe acendeu o cigarro que Druiel realmente deu pela sua presença.

Por muito que queiramos controlar o rumo dos acontecimentos estes são sempre novos e os elementos também. Nada mais podemos desejar que fazer melhor numa próxima vez.
Quanto a Herchel era uma situação nova em todos os sentidos. Uma novidade acutilante, é certo, mas para Druiel era também um grande sentido de oportunidade. Melhor do que algo novo e bom, era o tipo de ser que poderia entrar agora na vida de Druiel.

Herchel.
Foi só após alguns dias do encontro que Druiel se lembrou onde tinha visto - pela primeira vez - o nome Herchel. Tinha sido numa loja de livros e outras coisas mágicas, em Covent Garden, onde numa das suas visitas de inverno desfolhou um livro sobre o amor, os anjos e onde Herchel aparece como sendo o anjo do afecto, da generosidade do amor e protecção.

Quanto mais conhecia Herchel mais sentido fazia.


16 setembro 2008

... bohemian ...



Tinha-me esquecido de quão bela era a noite.
Quão surpreendente é a sua estrada de incertezas. Sorrisos incandescentes a cada cruzamento. Janelas para portas que não sabemos se queremos abrir.

Agora que reparo nisso, reparo também que não tinha dado por falta.
Como poderei ter-me esquecido de algo que não me quis lembrar? Ou vivê-lo?

Sempre soube.
Ainda que não me tivesse esquecido da sua beleza, já não me recordava do que era vivê-la, mas sempre soube onde encontrar a boémia noite. A noite onde as mulheres têm formas e roupa a condizer, onde as conversas são muito mais do que palavras inspiradas em sonhos ou desejos. Onde a batida inflama os nossos medos até à combustão ou não.

As minhas noites eram o suplício da fuga de quem sofria em silêncio.
Nas minhas noites escondia-me de predadoras incautas, de submissas desesperadas
E do teu olhar.

07 setembro 2008

... honesty ... or cards on the table.




Se lhe perguntassem qual a causa nº 1 para o rompimento das relações amorosas a sua resposta, seria, sem hesitação: Honestidade, ou pelo menos, a falta dela.
Mais importante ainda, a falta de honestidade para connosco. Para nós em primeiro lugar.

Para Druiel, essa era a verdadeira causa de tantos dissabores, infortúnios e de todas as feridas de cada relação terminada. Por vezes tratou-se de falta de honestidade para consigo própria, no entanto, o mais violento foi quando a honestidade faltou na essência do objecto do seu amor.

Analisar para não voltar a errar. Era este um dos seus passatempos. Encontrar conclusões, regras que evitassem a repetição de determinadas situações. Uma delas, apenas verbalizar sentimentos quando estes estivessem alinhados em honestidade mútua. De certo isto pouparia muitos dissabores.
Às portas de uma nova relação é apenas natural que uma pessoa explore os seus sonhos, desejos e expectativas. Porém, só os devemos de verbalizar quando estes estão em sintonia com a nossa honestidade, com aquilo que verdadeiramente somos e queremos.
Ahh que bonito! De facto também é lógica. Mas quanta razão tem a paixão?
Tudo se desmorona à mercê dessa paixão, desse fogo irracional, toda a lógica e razão também.


Honestidade?
A minha honestidade?
É uma porra mas ainda te amo.

Sejamos honestas,
Desejo-te toda a felicidade que estejas disposta a ter,
Mas estou farta de te ter no pensamento.
Farta de te equacionar, de saber que não és a pessoa
Que me merece, não para mim.
Farta de te dizer adeus, desta ou daquela forma
E na manhã seguinte, raios, lá estás tu outra vez.

Honestidade?
Sei que farás sempre parte do meu coração.
Vós fostes o amor… O Amor…
A tatuagem.
Mas quero o meu coração de volta.
Sem rancores, nem ódios.
Sem feridas … apenas desejo seguir em frente.

Honestidade?
Desde 25 de Abril de 2006 que todos os dias penso em ti.
Há 3,805 dias que navegas no meu pensamento.
3,805 dias... Há demasiado tempo.


O facto de que não havia ainda um dia em que Druiel não pensasse em Darbia consumia-a. Depois de toda a terapia, do perdão, do choro e da mágoa, causava-lhe – acima de tudo – preocupação ao perceber que Darbia ainda permanecia de uma forma latente dentro de si. Era como se fosse uma parte de si que não conseguisse arrancar.
Honestidade?
Druiel sabia porque não conseguia arrancar Darbia do seu coração.
Para esquecer há que esquecer o mau, sim, mas isso é fácil. O difícil era esquecer o bom. E houve realmente coisas boas, muito boas. Claro que a vontade de as esquecer era naturalmente pouca.

Druiel não se encontrava pronta para amar. Não seria justo envolver-se com outra pessoa enquanto não resolvesse dentro de si a situação “Darbia”. De resto Druiel encontrava-se apaixonada pelo seu projecto profissional, a sua empresa recém criada. Algo que a consumia praticamente todo o dia e parte da noite. De forma alguma havia espaço para uma paixão. Apaixonar-se seria algo completamente inapropriado.

- Não tenho nada para dar.
Afirmava para si própria e o não poder dar numa relação parecia-lhe uma equação fácil de resolver: Se não podes dar, logo não há relação.

E esta era toda a honestidade que lhe percorria o pensamento.

15 maio 2008

... no, no, no ...


It was a coffee. Just like any other coffee at least that was what it felt like. At that time.
It was only when she left the coffee house that she realised that maybe things would lead to something more. The hour she spent with her friend laughing and remembering the old times form the teen years, discussing their new lives and how amazing was the fact that years down the line, there they were, exchanging experiences. It was only one hour but the fact that that hour lingered for the rest of the afternoon and night left her with this uneasy feeling.

It was mutual.
For both of them the hour spent over the coffee had made an impact on each of them, the intensity of text message exchanged after proved it so.
With canny precaution she didn’t dare herself to free the emotions. Sure her new - old -friend was very attractive, intelligent, wit and a fun lovely girl, but one cannot pass untouched by the love failures of the past.


  • - I had seen this movie before. In fact, the last movie I was in it was exactly (ok almost exactly) like this situation.
    - But can’t you allow yourself to see a bit further? – Her best friend asked.
    - No, no, no way.
    - Way!!
    - No. I mean it, no way. I am feed up of being the “transition girl” in my love affairs. The last relationship started too much alike this situation, thus, what would be of my self-love if I engaged again in a no win situation?
    - How do you know that? Obviously she’s interested in you.
    - Yeah, sure she is. I am this entire fantastic luxury pack girl why wouldn’t she be? The point is: am I interested in her? I would like to but no, again, no thanks. There is always a moment where you can choose to draw the line, when it is safe and that moment is now. Not tomorrow, not in 3 weeks time… Now.

Shame - she thought – nevertheless she was sure that it was the right thing to do.

21 abril 2008

... a night at the disco ...



Sabia perfeitamente que não era a melhor noite para sair, para além das coisas que sempre fazia aos Sábados, o de hoje tinha sido deveras preenchido e a ideia de se arrastar para uma discoteca não era o final de dia que desejava. Mas as amigas já tinham tudo organizado e depois de ter voltado atrás duas vezes seguidas em saídas anteriores, pensou que desta vez tinha mesmo que ir.

A música não estava má, aliás a música estava aquilo que descreveria como “grande som” infelizmente não durou muito a sintonia entre as escolhas da D.J e as suas. Já se tinha arrependido de ter ido. Quando começava a pensar que estava melhor no conforto da sua casa percebeu que era só uma questão de tempo até ir-se embora mais cedo do que o normal. Para se entreter e matar o tempo até melhores músicas começou a observar as restantes pessoas na discoteca.

Por muito que observasse não tinha mudado nada nos hábitos das pessoas. Apesar de caras diferentes, apesar de serem outros os tempos, tudo se matinha igual como antigamente. A verdade é de que estava farta daquele ambiente, daquele meio. A eterna namorada que guarda a porta da casa de banho como se de uma fortaleza se tratasse e quando a sua dita sai – do cubículo do alivio -enche o peito de ar como se fosse um galo e pavoneia-se em redor dela como que dizendo “é minha”. Nunca iria entender tal atitude e passou a observar os casais de sempre na pista de dança alguns com química entre si, outros em jogos de dominação e submissão, e poucos onde cada uma se afundava nos olhos da outra.

Enquanto observava as errantes na noite viu uma predadora às 10 horas. Tudo em si era atitude e confiança também. Olhava o mar de gente cara a cara à procura da sua presa para essa noite. Por momentos colocou-se ao lado da predadora, era o único local livre do bar. Conseguia sentir o olhar discreto de quem estando a seu lado, para a ver, não tinha outra solução se não colocar-se ligeiramente à sua frente e olhar por cima do ombro. Pensou em cruzar o olhar. Mas não. Não estava interessada em jogos de sedução fortuitos, já chegava desse tipo de encontros, mas as intenções da predadora eram claramente diferentes.

- Tem lume? – Perguntou-lhe a predadora
- Com certeza – respondeu sem grande simpatia acendendo o isqueiro
- Obrigada pelo lume e permita-me um comentário, tem umas mãos muito bonitas.

Sorriu a agradecer o elogio não sem antes pensar: “Que banal. Pedir lume como desculpa para iniciar conversação.”
Agora que estava de frente para a predadora conseguia ver que se tratava de uma mulher interessante. Solitária, mas interessante. Mas não o suficiente que a fizesse continuar qualquer tipo de conversa por isso agradeceu o comentário e continuo a dançar uma batida que não era a sua mas que servia para evitar conversas sem futuro.
Fazia uma hora que estava ali e parecia que já tinha passado toda a noite.

Era cedo, muito cedo, mas para ela era o fim da noite.

14 abril 2008

... the other side ...



Não era algo de que gostasse. Não tinha orgulho ou prazer porém não conseguia evitar o estado de isolamento onde por vezes se fechava a tentar fugir de tudo e de todos e sobretudo de si própria. Claro que era inútil. Quanto mais se afastava mais as pessoas e as coisas puxavam-na e faziam-no da forma cada vez mais desagradável, cada vez mais infernal. “Quanto é que é suposto uma pessoa ser testada?” Era uma pergunta que a perseguia constantemente e à qual ninguém parecia saber responder. Nem mesmo as pessoas idosas. Nem mesmo essas que pelo tempo passaram, que muito já viveram e sobreviveram. Nem mesmo essas.

Rodeada do espólio de uma fase de pirataria não pode conter-se e constatar que aquilo que outrora tanto amava e lhe dava prazer eram agora amarras que a prendiam onde não queria estar. Surgiu uma nova questão: Como pode ter sido infantil? Não havia penitência fácil, ou talvez já estivesse a passar por ela sem perceber que algo poderia correr terrivelmente pior. Não seria a morte. Não, isso seria inapropriadamente bom.

18 março 2008

... thinking ...




Por vezes penso que ainda te dou demasiada importância. Isto a ter em conta
o quanto ainda penso em ti. Primeiro neguei.
Neguei qualquer pensamento teu, qualquer coisa que me fizesse lembrar de ti.
Ofusquei tudo o que sentia com um raio qualquer.
Porém estava destinada ao fracasso.
Depois pensei e repensei e remoí e desisti.

A parede de silêncio que entre nós erguemos não me permitiu comparar as minhas dúvidas e certezas emocionais. Parti para refazer o ser com a decisão de pensar que para ti eu fui uma nódoa, que sou alguém que esquecerás no tempo. Claro que poderia ter escolhido pensar que fui alguém que, apesar de tudo, guardarás num canto especial do coração, alguém que recordarás com ternura… Mas não. Não podia contar contigo para nada e muito menos para reconstruir o meu ser com base em algo que eventualmente pudesses sentir.
O corte tinha que ser radical.
Encontrei as respostas que precisava comigo mesma.
Perguntas que tinha para ti deixaram de fazer sentindo.

Esta escrita é a pedra ao mar de um processo. Um momento de restauro, por assim dizer.
Como se mais coisas tivessem sido clarificadas e pudesse e posso seguir mais confiante, nomeadamente, em determinados pontos que permaneciam...
impossíveis de compreender.

Tenho conversas comigo mesma onde procuro analisar os meus novos comportamentos e sentimentos, como se testasse a minha nova pele, os meus novos dedos e as minhas novas capacidades, para mais tarde constatar que se não tivesse sido por ti
nada disto que sou hoje existiria.
Daí que de vez em quando pense em ti.
Nada de mais.
E é bom pensar em ti e não ficar transtornada, é bom passar à tua porta e não tremer,
é bom sentir que te posso sentir e não ficar com o ser...
vazio.

16 março 2008

... your street ...



Em tempos a tua casa foi a minha segunda morada.
As pedras da tua calçada eram minhas conhecidas, tais como os montes de areia e gravilha das obras novas que se erguiam e o café da esquina (de pouco asseio) onde tomava um shot de cafeína antes de abrir mais uma noite contigo.
As nossas noites eram sempre longas.

Desde que seguimos caminhos diferentes o meu rumo não passava pela tua rua, até que recentemente já passei duas ou três vezes pela tua rua.
As obras já não são novas, mas de resto tudo permanece igual. Só que as pedras da calçada já não são minhas cúmplices e a tua porta é mais uma numa cidade esquecida.