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27 fevereiro 2008

... wrong ...




“Cega e crente” dificilmente voltaria a amar desta forma. Sabia que isso não voltaria a conseguir fazer, deixar-se ir na espiral de emoções e desejos, na sucção de expectativas e ilusões. Não que ponderasse colocar entraves mas porque simplesmente já tinha perdido toda a ingenuidade necessária para tal. De qualquer forma, não era isso que a preocupava.

De todos os medos possíveis e naturais - vicissitudes do que já passara – entre todos os medos que poderia sentir de não voltar a amar, de não conseguir entregar-se novamente, de não querer investir sem certezas – e essas nunca as temos – tinha sobretudo um medo (um medo que pairava sobre si como um abutre paira sobre um semi-vivo): Medo de não amar tanto como já tinha amado e sub consequentemente, de ser feliz... mais do que tinha sido até aquela noite de Julho.


- Tenho medo de não voltar a amar como a amei.
Esse é o meu verdadeiro medo.
- Porquê medo?
- Porque nunca amei alguém assim, porque foi de facto o
máximo que alguma vez senti e nem se quer pensei que
fosse humanamente possível amar assim.
- È natural teres medo, mas por um lado ainda bem.
- Ainda bem? Tenho medo de ficar para sempre
enamorada dela, de não voltar a sentir a felicidade
que com ela senti, medo de não sentir que
possivelmente o infinito até possa existir e achas bem?
- Não vais gostar de ouvir isto que te vou dizer...
- humm... mas diz... provavelmente preciso de o ouvir
- Não achas que a amas-te de forma errada?
Perdes-te de ti nesse amor e queres voltar a amar assim?


A pergunta levou-a numa viagem de pensamentos e recordações, todas as possíveis num milésimo de segundo. Reminiscências dos encontros furtivos, dos momentos com nomes de filmes, do desejo sempre insatisfeito, as conversas de amor genuíno por fim encontrado e de quando se perdia no olhar da amada.

- Não dizes nada?
Acabei de te dizer que a amas-te de forma errada.

A pergunta desviou-a das suas recordações e questões pessoais. Somente para voltar a elas com mais força e em temor recordar a conversa com a sua amada, aquela que tinha dado início ao fim da sua dedicação, a mesma que a fez perceber que todo aquele investimento, todo aquele sentir, não tinha passado de um erro crasso. O maior de todos. Mesmo assim, haveria uma forma errada de amar? Como é que isso nunca lhe tinha ocorrido, haveria mesmo uma forma errada de amar?

6 making sense:

Estrelaminha disse...

Não creio que se ame de forma errada.
existem várias maneiras de amar e com o tempo e as experiências que vamos tendo aprendemos a amar de outra forma com a mesma intensidade.

Duca disse...

Não há formas erradas de amar pessoas! O que há são pessoas erradas para a nossa forma de amar.

Maria Papoila disse...

Há perguntas que nos fazem pensar.
E fazemos cada viagem!

whitesatin disse...

Existe sim uma forma errada de amar: quando perdemos o respeito por nós próprios; quando nos anulamos em função de outrem.

Um abraço

rv disse...

completamente de acordo, ou seja a individualidade de cada um acima de tudo na vida,

bjs

Memory disse...

Não creio que haja formas erradas de amar. O que acontece é que amamos de forma diferente as diferentes pessoas que durante a nossa vida nos aparecem para amarmos.

Bjs