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26 fevereiro 2008

... aspiration ...




Um outro cenário, outras moradas, outras músicas.
Embora o afirmasse com sinceridade, no seu intimo sabia que as coisas não eram assim tão lineares, não seria apenas mais um cenário ou morada. Não seria assim tão superficial, tinha esperança que assim não fosse.

Afinal de contas já tinha sentido na pele o que é estar apaixonada, amar e também perder.
Já o tinha sentindo intensamente com tudo o que era e mais tarde no que sobrou de si, pode ser que venha o vazio, mas se vier é porque algo está cheio. Ela gostava desse sentimento de cheio, de repleto, inundada, diria mesmo afogada em emoção ainda que mais tarde viesse o tal vazio.
Tudo na sua vida era vivido com paixão, o trabalho, a família, os amigos, os hobbies e que mal haveria em querer uma paixão amorosa? Interrogava-se sentindo que não há melhor paixão na vida do que aquela que se sente por uma mulher.


- Acho um desperdício.
- Um desperdício?
- Sim. Acho que é um desperdício de tempo investir numa relação, apostar em algo com um pessoa para depois tudo acabar. Estou saturada disso, dos jogos, dos filmes...
- Falas assim porque não estás apaixonada. Quando estiveres nem vais reparar e vais voltar a apostar tudo de novo. Sabes que é assim.


E sabia. Sabia que no estar apaixonado há um manto de encantamento que nos enfeitiça. Julgamos que protege o nosso amor, mas no fundo trata-se apenas de um efeito mágico onde perante o nosso objecto de amor não há outro passado antes dele, não há presente ou futuro sem ele. É ele o único. Com certeza que voltaria a sentir-se enfeitiçada, disso tinha certeza apenas duvidava se voltaria a ser cega e crente.

1 making sense:

Anónimo disse...

Gosto tanto da sua escrita! Descobri o seu blog recentemente (a solidão tem destas coisas....faz-nos percorrer a net à procura não sei bem de quê) e queria que soubesse como me sabe bem lê-la. Não tenho o dom da escrita mas revejo-me em algumas das suas histórias. Sabe tão bem ver escrito aquilo que sinto.... Obrigada!