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21 março 2008

... resurrection ...


Quase que choro de felicidade.
È quase impossível conter todo este estado de bem-estar extremo e todas as emoções que lhe precederam. Inesperadamente - e até que enfim – nós duas estamos no mesmo espaço… Apanhou-me mesmo de surpresa, vê-la ali no último local possível entre outros mais prováveis. Agradeci o encontro. Ainda nervosa por ter sido apanhada de surpresa, ainda sem saber o que iria acontecer, ainda sem ter tido tempo para reagir, ainda assim … agradeci. Apesar de não fazer ideia de qual seria o resultado do encontro, seria um bom resultado. Mesmo que me fizesse sofrer, mesmo que me fizesse voltar ao vazio ou até mesmo à Psicoterapia, mesmo isso … seria bom. Seria que teria que voltar atrás para sarar o que ainda não estava sarado e eu a pensar que sim.

Vi-a sem tormentos.
Observei-a sem raiva.
Contemplei-a sem desejo.
Analisei a pessoa com quem estava sem ciúme.
No fim, senti-me estupidamente feliz.

Se a ressaca do amor tivesse medalhas por etapas ultrapassadas, hoje sem dúvida merecia a de Ouro. È um alivio sentir que não estava errada quando me sentia curada deste amor. Foi como se o nevoeiro pesado tivesse desaparecido, o vento agora era poderoso e o mar mais infinito. Saber que posso passar por ela sem vacilar, sem que os olhos se encham de lágrimas, sem que o coração dispare de dor, sem lamentar beijos perdidos.

Agora sim sinto-me livre…
Livre para amar.

No caminho de regresso analisei cada momento do que se tinha passado, cada emoção minha, por cada vez que passei junto da mesa dela, por cada vez que olhei para ela, por cada vez que a senti a olhar-me e perceber que de facto já tinha arrumado aquele amor dentro de mim, estava resolvido e eu senti-me disponível para amar de novo. Não seria justo começar algo novo com alguém e ter situações mal resolvidas. Não seria justo nem para mim, nem para essa pessoa.
A minha vida tem tanto de dramático como de poético. Ao sentir-me realmente pronta para a vida, não pode deixar de reparar que estamos no fim de semana onde durante o qual os cristãos celebram a ressurreição de Cristo e pela segunda vez também eu tenho algo para celebrar. Estávamos na Páscoa de 1997 quando me assumi para mim própria. Mais tarde viria a dizer que nessa Páscoa celebrei a minha própria ressurreição e nesta celebro a mesma coisa. Para alguém a quem destruíram o coração, roubaram sonhos, que despiu-se de tudo em que acreditava e que aparece de novo pronta para tudo, creio que é de celebrar.

E agora é uma boa altura para cortar a franja e deixar de esconder os olhos!

5 making sense:

Anónimo disse...

uuuuuuuuuuuuuuuuiiiii!
amanhã pagas tu os copos,

abraço,abraço,abraço,

até logo

RV

Duca disse...

Força, accção e mudança neste novo ciclo. Não te esqueças do guerreiro portador de luz que tens dentro de ti.

Olhar em frente sem vacilar e sem medo é o que a vida te pede.

Beijo

Anónimo disse...

Olá. Fico contente que a minha fotografia te tenha servido de inspiração, belas palavras. Pedia-te só que incluisses um link para o trabalho original - www.melissamolko.deviantart.com

Obrigada :)

Helena disse...

Melissa, Vou editar e colocar sim, aliás acho que vou passar a fazer isso para todos, se bem que os créditos das imagens são referidos na coluna à direita e quando eu gravo a imagem nunca mudo o nome porque inclui sempre o autor.

Obrigada eu pela tua imagem ser um excelente complemento visual ao meu post.

Beijinhos

MM disse...

Só depois destes anos é que vi a resposta... Obrigada eu mais uma vez, fico muito contente por poder ajudar à inspiração de alguma forma ;) Beijinhos

Melissa Molko