As mudanças são inevitáveis na nossa vida. Implacáveis, implaneáveis.
As mudanças acontecem perante nós. Livres da nossa escolha em termos de conveniência. Elas apenas acontecem e nós só temos que as acompanhar e lidar com a vida que se altera á nossa frente, neste momento, agora.
As mudanças doem. Doem de várias formas. Doem por dentro como uma cobra larga e longa que nos aperta as entranhas, o peito, a alma e quase nos sufoca. Doem por fora, quando o corpo sofre as consequências deste sofrimento intrínseco.
Doem por fora quando os olhos já não aguentam mais lágrimas e estas têm que ficar contidas cá dentro. Aumentando a pressão da dor quase visceral. As pálpebras e a pele em redor não suportam mais esse líquido catártico que corrói e que arrisca a tornar a pele em carne viva. Porque a pele já não aguenta mais esse esfregar, esse exteriorizar do sofrimento na ponta dos dedos. Doem quando as pernas perderam as forças para suportar - não o peso do corpo - o peso da dor que carregamos e quando aos braços apenas restam forças para enfiar as mãos nos bolsos e seguir.
As mudanças doem. Mas são necessárias, trata-se da nossa evolução. Nada em nós evolui sem mudança, sem dor.
As mudanças são boas. Especialmente quando esta ocorre ao lado de alguém que nos ama, alguém a quem amamos de igual forma. As mudanças são especialmente boas quando ocorrem em sintonia com essa pessoa… contigo. E para nós, estas mudanças são verdadeiramente boas, porque ambas convergimos para o mesmo objectivo.
É como se tu e eu fossemos dois galhos de uma mesma árvore. A crescer lado a lado, onde ramos de nós se entrelaçam, aqui e ali, onde crescem livres um do outro, lado a lado, unidos nas suas ramificações, onde as flores desabrocham em harmonia e em sintonia, pois ambas vimos da mesma árvore. Juntas crescemos na mesma direcção, ainda que, cada uma com as suas mudanças, que doem de uma ou de outra forma, por este ou por aquele motivo.
Está e vai doer, a mim, a ti.
Mas abraço esta mudança, porque abraço o nosso futuro e ajo no presente com a firme certeza das fundações que criamos entre nós. Temos o mesmo desejo, o mesmo projecto e só temos que nos lembrar disto para sentir e aliviar esta dor.
Porque, afinal de contas, trata-se apenas de uma mudança e as mudanças não duram sempre.
19 março 2010
... changes ...
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Vein Isis
20 outubro 2009
01 outubro 2009
28 setembro 2009
... nostalgic ...
Perdoa-me esta dor que tento dissipar, estas lágrimas – que sentes à distancia – que tento controlar, mas quanto maior é o tempo que estamos juntas, maior é a vontade de nunca te deixar ir, de nunca partir.
Nada serve para me consolar, nem mesmo a manhã que trará a tua voz e o teu sorriso, nem mesmo a noite próxima em que no meu colo voltarás a aninhar-te.
Perdoa-me esta revolta que hoje sinto de não poder embalar o ocaso do teu dia, de não poder transpirar no teu calor, de não poder ao final desta noite acordar com o deslumbre do teu olhar carinhoso.
Quando partes fica um silêncio ensurdecedor e com ele a dor de que terei de contentar-me com o amor com que inundaste esta casa, esta cama.
É curto. É sempre curto o nosso estar.
Tanto fica por dizer, confessar ou desabafar, comentar ou crescer.
Tanto fica por fazer.
Tanto fica por amar.
Perdoa-me minha amada divina este estado de nostalgia.
Perdoa-me estas lágrimas emotivas que nascem no coração plenamente arrebatado pela tua alma, pelo teu ser. Lágrimas em forma de Tulipas que florescem do nosso sentir, do nós que é livre e que é tão teu como meu, minha mulher, minha gémea alma.
Lágrimas que esta noite, na ausência dos teus lábios, beijam-me a face.
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Vein Isis, tales of the heart
25 setembro 2009
... soul mate ...
O par perde-se numa admiração de amor, amizade e intimidade."
O Banquete
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Vein about love
23 setembro 2009
... time ...
Não o tempo de como eram as coisas ou o tempo das modas por vir. Falo desse tempo feito de horas e minutos. Falo desse tempo feito, para nós, minha amada, desse tempo feito a dois compassos: Um quando estamos juntas e o outro quando o meu olhar procura reminiscências do teu.
Falo do tempo que embora único e igual, sentimos feito de dois pesos e um relógio: Um acelerado que nos rouba a medida de podermos contemplar-nos, tocar-nos e falarmos com todos os sentidos e o outro que nos atrasa o momento de podermos novamente estar pele na pele, lábio a lábio, palavra a palavra.
Dói este estar e não estar, cada despedida é ou o suster – no teu caso – ou o desatino – no meu – do coração em ambos os casos arrepiado de emoção, do coração que não reconhece a responsabilidade das coisas mundanas.
Aí amada, como eu gostaria de poder parar o tempo, o mundo ou de encontrar a porta para um qualquer universo paralelo feito apenas de mim, de ti e da nossa imaginação. Um universo sem limites de horas ou dias, sem condições de espírito ou matéria.
Sublime amada, a questão é de que quando não estamos juntas vivo a dois tempos. Ora no tempo que já partilhei contigo ora no tempo em que voltarei a respirar junto á tua boca.
O meu presente? Onde fica?
O presente esse é feito do repassar das imagens que ficam, das conversas que nos fazem crescer, do saborear dos cheiros que destemidamente deixas nos meus lençóis, do reevocar dos gemidos que desabafas ao meu toque.
Presente feito do deslumbre do tudo o que há-de vir, dos desejos que vamos concretizar, da vida que hei-mos de construir…
Dia a dia,
Enquanto esta vida não nos deixar.
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Vein Isis, tales of the heart
22 setembro 2009
... tango ...
Sim. Umas quantas vezes.
Uma ou outra profundamente?
Sim. Uma vez.
Se me lembro da dor?
Não.
Recordo a desilusão, a angústia, a melancolia do coração desfeito e ferido. Consigo até mesmo recordar as imagens dos dias de pleno abismo e até mesmo as lágrimas e a tristeza que parecia infinita. Mas, tudo parece tão distante, tão inócuo e tudo é tão destituído de sentir.
Se já tinha sido feliz no amor?
Sim. Claro que sim!
Duas semanas, quatro meses, nunca um ano.
Sim, já fui muito feliz.
Recordo o contentamento, o sentimento de alegria, os momentos de felicidade, a vontade de chegar … e também a vontade de acabar, de partir pouco depois de ter chegado a nenhum lado.
Contigo não sei muito bem onde cheguei.
Só sei que daqui não quero partir. Sem que venhas comigo, sem que vá contigo seja lá para onde for. Quero. Quero ir para qualquer lugar de qualquer maneira… contigo.
É recíproco. Tornando a felicidade ainda mais infinita, porque é feito do teu tempo e do meu sem fim.
Se já tinha chegado a este sentir, a esta tela pintada a quatro mãos, a este poema escrito a dois corações, a este Tango?
Não. Não, enquanto acordada.
Assim, só mesmo quando sonhava contigo, quando ainda não sabia o teu nome.
Doce melodia e satisfação ao constatar
- Agora que te vivo -
Quão pobres eram os meus sonhos!
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Vein Isis, tales of the heart