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31 janeiro 2008

... proof of fire ...


È hoje.
Espero que seja hoje, porque se não o for, não sei quando será. Quero ver-te e saber o resultado.
Quero saber se irei sentir um soco no estomago, ou pior na garganta. Quero ver se toda esta reestruturação se aguenta ou se cai mais rápido do que um castelo de cartas.
Sinto-me pronta para fechar o teu capitulo na minha vida. Mas preciso de te ver. Preciso de sentir como é que é ver-te após todo este tempo. Após tantos precalços, tantas certezas e remendos.
Estarei forte o suficiente, estarás definitivamente arrumada dentro do meu coração? Preciso de saber. Para que possa realmente continuar a minha vida.

Hoje é a prova de fogo.
Espero que seja hoje.
Quero despachar isto, já estou farta de ti.

30 janeiro 2008

... destiny ...


Olhando para trás vejo que precisava de passar pelo que passei. Talvez por olhar hoje para mim e sentir-me melhor do que era. Há coisas que são mais claras, outras que mudaram e algumas que foram podadas do meu ser.
Não é bem clara a minha posição sobre o destino. Se temos ou não o nosso destino marcado. Por momentos acredito que sim, todas as nossas acções nos levam onde, inconscientemente, temos que ir. Como se tudo se tratasse de um qualquer plano que vai revelando-se à medida que o vamos percorrendo.

Em momentos de rebeldia penso que nós fazemos o nosso destino, com as nossas escolhas, a partir dos nossos erros. Mas não estará isto também previsto?

29 janeiro 2008

... poem ...



Tu já tinhas um nome, e eu não sei
se eras fonte ou brisa ou mar ou flor.
Nos meus versos chamar-te-ei amor.




Madrigal - Eugénio de Andrade

... choices ...


Não passamos por esta vida incólumes às consequências das nossas acções.
Fazemos as nossas escolhas de acordo com o que sabemos. O melhor que podemos. E no final quer queiramos, quer não, tornamo-nos nas nossas escolhas. As boas e as más.

27 janeiro 2008

... road ...


Tenta-me o futuro com desejos de ti,
Com noticias de quando chegarás.
Não me importa que não venhas logo,
Que não seja agora e mais tarde, mas
Que seja quando estiveres pronta.

Vem minha amada, vem.
Vem, que a tua estrada
Conhece a minha morada.

25 janeiro 2008

... patience ...



Surpreendo-me comigo própria, com a minha tranquilidade. Como se soubesse algo que nem eu própria sei saber. Talvez o sinta, talvez veja pelas experiências de vida de todos aqueles que amaram mais e melhor do que eu, por todos aqueles que sofreram mais e pior, por todos aqueles que morreram por amor e que à própria morte resgataram outro amor.

Tranquila, sento-me à beira do que ainda não vejo ou conheço e sei que chegará o dia em que voltarei a flutuar. Estou pacientemente à espera desse olhar, desse momento.
Tenho saudades, confesso, mas sei que em nome do que mereço, preciso e quero, sei que tenho que ser paciente. E sou-o. Para não cair em mais erros, para evitar magoar-me gratuitamente, não preciso de aceitar este ou aquele convite, submeter-me a este ou aquele acto de sedução.

Estou pacientemente à espera.
À tua espera.

... love is everything ...


Maybe it was to learn how to leave
Maybe it was for the games we played
Maybe it was to learn how to choose
Maybe it was to learn how to lose
Maybe it was for the love we made

Love is everything they said it would be
Love made sweet and sad the same
But love forgot to make me too blind to see
You're chickening out aren't you?
You're bangin' on the beach like an old tin drum
I cant wait 'til you make
The whole kingdom come
So I'm leaving

Maybe it was to learn how to fight
Maybe it was for the lesson in pride
Maybe it was the cowboys' ways
Maybe it was to learn not to lie
Maybe it was to learn how to cry
Maybe it was for the love we made

Love is everything they said it would be
Love did not hold back the reins
But love forgot to make me too blind to see
You're chickening out aren't you?
You're bangin' on the beach like an old tin drum
I cant wait 'til you make
The whole kingdom come
So I'm leaving

First he turns to you
Then he turns to her
So you try to hurt him back
But it breaks your body down
So you try to love bigger
Bigger still But it...it's too late

So take a lesson from the strangeness you feel
And know you'll never be the same
And find it in your heart to kneel down and say
I gave my love didn't I?
And I gave it big...sometimes
And I gave it in my own sweet time
I'm just leaving

Love is everything...
Love is everything - Original de Jane Siberry


24 janeiro 2008

... moon whisper ...


Mais um ciclo.
Ergue-se a Lua nova,
mais uma imponente e
solitária Lua cheia.
Traz na vastidão da noite sonhos de ti,
suspiros quentes no gélido infinito,
nestes lençóis frios e desconcertantes,
alinhados e despidos do teu perfume.

Encosto-me à sombra do teu vazio.
Não há mais que possa fazer,
apenas desejar o teu corpo, ali e aqui,
ao meu lado, à mercê do meu amor.

... long haul ...



O acto de amar é em si um investimento. Quanto investimos e como o fazemos depende de cada um. Depende da vontade, do resultado pretendido e do amor sentido. Condicionada pela aprendizagem, pelas mágoas ou não, cansei de investir. Sei que o voltarei a fazer. Sou uma lutadora.

Saturei-me das relações tipo Short flight. Não que alguma vez tivesse querido embarcar numa dessas relações que nos levam a nenhum futuro. Precipitação, amar por amar, sentir por sentir, sempre me perdi nesses voos de curta duração. Sou consciente de que a serenidade actual não vem por um qualquer grau de evolução. Claro que houve evolução. Mas não é essa a principal causa.

A razão de tanta serenidade prende-se pela vontade de embarcar num Long haul.
Uma viagem de longa duração. Não precisa de ser para sempre. O sempre não existe. Que seja intenso, que dure algumas jornadas desta vida, que retribua o investimento emocional, que seja uma viagem a duas por terras conhecidas ou virgens, distantes ou pelas ruas desta cidade.

Não me importa a espera.
Estou pronta e sei que um dia virás.

23 janeiro 2008

... living ...


Repetem-me: “morrer não custa, o que custa é viver”.
Mas custa mais ainda saber viver. Com o que recebemos, com o que encontramos e mais importantemente com o que não temos ou encontramos.
Saber aproveitar cada dia, especialmente saber ter a serenidade para viver um dia de cada vez ou para no final de cada dia saber aceitar o seu desfecho.

Claro que nos é permitido sonhar. Na minha opinião, é essencial sonhar, desejar sonhos tangíveis enquanto acordada. Mas que os mesmos não nos afastem da realidade diária.
E sonho. Claro que sim. Sonho sobretudo com o ser feliz e sei que essa felicidade passa pela presença de uma amada. Mas não ando pelas esquinas do mundo à procura dela.
Até porque provavelmente já a encontrei ou talvez ela ainda não se tenha encontrado e o seu percurso se mantenha distante do meu. Até um dia.

Vou vivendo o melhor que sei e vivo feliz.
Até que o amor me mate de novo, ou talvez não!

21 janeiro 2008

... the game of Love ...



O amor é um jogo, certo é que para ganhar ou perder há que o querer jogar.
Não digo que não queira jogar. Quero, mas a verdade é de que não tenho pressa.
Ontem deparei-me com a realidade de que pela primeira vez estou sem pressas, sem ansiedades em encontrar ou conhecer a próxima jogadora para um duelo de amor. Duas, trés, quatro possíveis jogadoras já se apresentaram, mas continuo à espera da pessoa que tenha mais condições para um jogo de longa duração.

Aprendi muito e cresci mais ainda. Gosto de sentir que já não sou aquela pessoa que se apaixona pelo amor, que já não vai atrás desta ou daquela palavra, que dá, mas que também quer receber.
Sinto-me feliz assim, comigo e em mim. Ciente do que sou e do que quero.

Com certeza que a vida em uno não é o ideal, nem tão pouco o que anseio.
Mas há tempo e mesmo que me falte hoje o tempo, a vida, houve momentos em que fui verdadeiramente feliz em amor. E não só.

16 janeiro 2008

... tears ...


O amor não é um destino para a felicidade. È um meio para nos sentirmos… mais completos. Num conjunto de outros meios.

Por vezes o amor é tóxico, corrosivo.
Olhamos para uma pessoa, conseguimos identificar todas as coisas menos boas, o quanto somos capazes de lidar com as diferenças e particularidades e apesar de tudo isto, mesmo com tudo isto… o amor persiste. Mas o amor não sustenta tudo, o amor não é um destino onde tudo se resolve.

Lembro-me da tatuagem. Um desenho pessoalmente adaptado, o meu sentir e compreensão do amor. Um coração vermelho com umas asas esticadas, sendo que o coração está enrolado em arame farpado. Nenhuma liberdade vem sem dor, sem lágrimas.

15 janeiro 2008

... good day ...



Hoje era um bom dia.
Para apareceres ou deixares entrar um pouco de ti, na sombra que é o meu dia.
Os meus dias.

Hoje era um bom dia para me dares um sinal, uma palavra, um olhar.
Era um bom dia para me despir desta vida, deste erro, deste engano, destas feridas.
Hoje era um bom dia para deixar de esperar, de querer, de acreditar,
hoje era um bom dia para sentir.

E saber que novamente acabo um bom dia, sem sinal de ti.

... into my arms ...


I don't believe in an interventionist God
But I know, darling, that you do
But if I did I would kneel down and ask Him
Not to intervene when it came to you
Not to touch a hair on your head
To leave you as you are
And if He felt He had to direct you
Then direct you into my arms

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O LordInto my arms

And I don't believe in the existence of angels
But looking at you I wonder if that's true
But if I did I would summon them together
And ask them to watch over you
To each burn a candle for you
To make bright and clear your path
And to walk, like Christ, in grace and love
And guide you into my arms

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

And I believe in Love
And I know that you do too
And I believe in some kind of path
That we can walk down, me and you
So keep your candlew burning
And make her journey bright and pure
That she will keep returning
Always and evermore

Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms, O Lord
Into my arms

Nick Cave - Into my arms


14 janeiro 2008

... trap ...



Já não vou nessas palavras.
Essas que falam de eternidade e de para sempre e outras do género.
Não é que não esteja pronta para amar, mas ainda não estou pronta para sofrer ou perder e por muito que me digam o contrário, de momento, é assim mesmo que o sinto: O amor pode ser uma armadilha.

Ouço-te falar de como há que acreditar, não desistir, não esconder-me numa janela qualquer do castelo. Ouço-te falar e parece-me um grande discurso de bla bla blás.
A culpa não é do Amor.
A emoção, o sentimento é o que é. Uma das melhores que podemos sentir.
A culpa não é de ninguém ou de algo. Circunstâncias de uma vida.

11 janeiro 2008

... ice melting ...


Ajuda-me esta catarse.
Esta expressão do meu sentir, enquanto dispo peça a peça o passado, enquanto reconstruo a meu ser com as cinzas de cada recordação, de cada decisão e de cada emoção que vou fechando em mim. Arrumando. Dentro de uma qualquer gaveta do meu coração. Ali. Como parte daquela bagagem, que é permitida ser carregada de relação em relação.

Sinto-me no degelo.
Vibrantemente no degelo.
Há medida que a gaveta vai ficando cada vez mais cheia, há a percepção da mudança, mas não é uma sensação tipo… Fénix renascida, em que o renascimento é um processo rápido. Trata-se de algo como um degelo.

Depois do vazio do nevoeiro, da solidão do frio e do silêncio dos dias escuros sente-se este lento despertar de algo mais quente. Uma nova vida, um renascer. Há essa capacidade. E vontade.

As portas já tinham sido abertas e deixam entrar raios de densidades diferentes, os quais vão dando segurança e força ao ser. Um ser melhor.
Não se evolve com o sofrimento. Não é por se sofrer que nos tornamos mais fortes, não é assim, só simples facto de sofrer. Se assim fosse, começávamos a ferir-nos a nós próprias e depois alguém nos dava uma t-shirt “I´ve suffer therefore I´ve grown”. Não.

Aprendemos quando conseguimos tirar partido das coisas boas, o que de bom aprendemos com esse amor passado, as novas vivências, novos horizontes. Avaliar também as nossas acções de então, observar onde cada uma nos trouxe… e aprender o que não queremos na nossa vida e o que queremos, o que suportamos e o que não suportamos e acima de tudo quais deverão ser os nossos limites. Conhecer as nossas fraquezas e resolvê-las.

É um degelo e é vibrante sentir que todo o encaixe de cada momento do processo de renascimento está… espantosamente certo.

... twilight ...


Aninho-me.
Não sem antes pensar por onde andas?
Que caminhos percorres que não te trazem até mim.
O que te demora?
Que lições precisas de viver, que erros cometes que te impendem de me abraçar.
Que mãos te entretêm, que boca te beija quando os meus lábios esperam por ti.

Adormeço.
Não sem antes pensar em que madrugada
virás raiar um novo amor.

10 janeiro 2008

...song ...


Parado à frente do espelho
Perdido num olhar vermelho
A vida passa-me entre os dedos
E não a consigo enganar

As ilusões são como o tempo
Sempre acontece o tal momento
Em que eu desisto e não aguento
E o meu desejo é ir-me embora
Limpar-me por dentro e lavar a alma
Não ter medo do medo
Não fugir de mim mesmo
Traz a tua calma a este quarto fechado
Onde eu vivo aprisionado
Por soldados invisíveis

Vem enquanto ainda há tempo
Vem enquanto ainda penso
Qualquer dia não aguento
Vem enquanto eu estou vivo
Lara Li - Quarto Fechado -
Poema de Fernando Girão

... mea culpa ...

Desta vez fui eu a solo responsável pelo rasgo profundo no meu coração.
Mais valia tê-lo perfurado com as minhas próprias mãos com um qualquer instrumento afiado.
Raras são as vezes em que temos perante nós um momento de escolha entre o avançar, o ficar e o retroceder. Eu… tive-os a todos e escolhi aquele que me trouxe aqui. Assim.
Não me vou auto-flagelar - já chega de masoquismos - a decisão que tomei foi com base no que tinha vivido até então e até então nunca tinha sofrido e perdido tanto.

Sofrer, perder, dor, mágoa, vazio … consequências do quê afinal?
Serão com certeza oriundas num grande amor.
O maior de todos.

As memórias ficam.
Instantâneos com cheiros, com imagens de rios e luxúrias.
Recordações de como - quando sem a ver - o ar me faltava ou quando me afogava no seu corpo e lhe pedia para morar ali, naquela curva perfeita.
As memórias, as boas, também ficam e guardam o sonho vivido num qualquer canto do coração. Arrumado, ultrapassado, encerrado, mas emoldurado.
Confesso.

09 janeiro 2008

... words of ever ...


Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.

E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade...
também.
Oswaldo Montenegro - Metade

08 janeiro 2008

... grey ...


Triste não estou. Mas que não me peçam os mesmos entusiasmos de outrora.Lembro-me do momento em que tudo ficou negro… dark.
Havia uma altura em que a vida se passava entre o branco e o negro, ou era ou não era. Agora reinam os tons de cinzento, não é à toa que este blog apresenta as estas cores, as imagens que apresenta, os sons que divulga. Tudo tem um sentindo.

Reina um sentimento Grey. De quem não desistiu mas que não tem força para cantar esperanças infinitas. Até a flauta de Orfeu um dia se calou e eu não tenho aspirações a Semi-Deus.

Basta um piscar de olho para saber que um dia serei de novo arrebatada, nessa chama que nos consome, tão livremente e sem repúdio.
Mas que não a veja chegar.
Que não perceba esse momento para não erguer barreiras ridículas de medos que me tomem as memórias e me cerquem o coração.

... better ...




If I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all

Born like sisters to this world
In a town where blood ties are only blood
If you never say your name out loud to anyone
They can never ever call you by it

If I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all

You're getting sadder, getting sadder, getting sadder, getting sadder
And I don't understand, and I don't understand
But if I kiss you where it's sore
If I kiss you where it's sore
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Will you feel better, better, better
Will you feel anything at all
Anything at all
Will you feel anything at all
Anything at all
Will you feel anything at all
Anything at all...

Regina Spektor - Better


E aqui entre nós, Grey, diz-me que não te sentes melhor ...

07 janeiro 2008

... poem ...


Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
Em todas as ruas te encontro - Mário Cesariny

... why not by myself ...



Claro que mais tarde ou mais cedo vai acabar por acontecer.
Conseguir dar de novo o meu coração. Investir, dar, amar e se possível sem perder.
Há de haver uma vez em que não perca.

Porquê insistir neste tema – como dizia a canção – mais do que tema de blog, tema como rumo de vida? Porque não espero ser feliz sozinha?
Porque sei que não serei capaz de o ser, enquanto for só. Por muito que viva os dias para além de quem amo, os sonhos esses, nunca são solitários. Nunca esperei tocar no céu com as minhas próprias mãos.
Sou imperfeita.
Por vezes cheia de contradições. Que sejam por causa dos medos ou por causa dos Dejá Vus que me fazem erguer a toda a haste as barreiras e os escudos de segurança. Porque é-me possível ser tentada pelo amor, mas não por qualquer cantiga. Porque vejo em cada rosa primeiro os espinhos e depois a sua cor. Por tudo isto e pelo que calo, só sei que não vai ser fácil.
Por um lado, é bom que não seja.

... move on ...



Estou a tentar fazer o melhor que sei, o que acho correcto, o que me faça sentir bem. Neste momento isso passa por abrir as minhas portas, por passar por elas e por deixar que passem.
Não quer dizer que tenha que abrir as portas do coração. Apenas preciso deixar o porto seguro.

Aprendi a estar sozinha. Não quer dizer que goste, mas aprendi a viver sozinha, a desfrutar as minhas coisas e as minhas acções com total liberdade. Sinto-me bem, mas temo vir a gostar desta vida “all alone”… de vir a criar hábitos, costumes inquebráveis e vícios adversos a qualquer vida a duas.

Não interessa o que vem por aí, será algo novo. Talvez melhor.
Será com certeza melhor.
De que adiantariam todos os erros, todas as lágrimas, todos os espaços vazios, se não fosse para aprender a … como faze-lo melhor.

06 janeiro 2008

... past times ...


Tu fostes o tudo e depois o vazio,
O intenso fervor do peito que fecundava sonhos,
A dor que me consumiu em silêncio, soluço a soluço.
E nem a imagem da tua imperfeição, acalentou o desassossego.
Tu fostes o amor mais forte,
A morte quase fatal.

... courage ...



Claro que acredito.
Não estaria aqui se não acreditasse.
Não estaria a sair do meu lugar seguro, da minha torre se não acreditasse que é possível.
Talvez acredite de uma forma diferente. Mais cautelosa, mais ponderada.

Existem vários tipos de amor. Nem todos eles nos amam como queremos ser amadas, mas mesmo assim, não deixam de ser amor.
O problema surge quando nos deixamos levar no prazer momentâneo e fechamos os sentidos ao que nos grita: Pára. Pára enquanto sais desta relação só com uns arranhões.

Sei que também magoei algumas pessoas. Por vezes… não fui nenhum anjo, mas na verdade porém, também nunca fui uma sacana. E se porventura magoei mais do que pense alguma vez ter magoado, que o digam e tentarei aplacar a dor.

Não sei se passou tempo de mais. Passou o tempo que tinha que passar. Assim o sinto. Passaram exactamente 8 meses. Tenho amigas que demoraram 3,5 e 7 anos a ultrapassar uma relação. Eu pensava que era por falta de vontade própria, comigo, as coisas tendiam a ser diferentes. Semanas e às vezes até mesmo dias, era o suficiente para … seguir em frente. Mas agora entendo a questão dos 3 e dos 5… e 7 anos. Entendo mas acho um desperdício de tempo na vida de uma pessoa. A nossa vida é curta de mais para deambularmos no passado ou em emoções sem futuro.

Numa determinada altura, entra-se na zona de conforto, de segurança e torna-se muito mais apelativo continuar nessa cobardia sublinear do que abrir-nos de novo para o exterior, para o tumulto das emoções nas relações humanas.

Até mesmo a coragem precisa de uma razão e acreditar é a sua.

04 janeiro 2008

... to believe or not believe ...



Antigamente acreditava e defendia – quase cegamente – o amor. Agora é diferente.
O que eu entendia e percebia ser o amor, mas acima de tudo, como eu o sentia, já não faz mais sentido. Havia muita coisa que eu desconhecia, factores e condicionantes que numa equação ingénua, deitaram por terra a veemência de outrora.

Tudo isto é novo para mim. Após meses de casulo sei que estou diferente, mas quão diferente não sei. Ainda não tive tempo para perceber tudo o que aconteceu durante a metamorfose.
Já me olhei ao espelho mas a imagem ainda está desassociada do ser.

Já não sinto mágoa ou raiva, nem lamento ou arrependimento.
Senti emoções extremas, fui feliz, infeliz e já fui ... vazio.
Não lamento ter passado pelo que passei, mas lamento que tivesse que sofrer tanto para crescer. Estaria eu assim tão errada, seria assim tão ingénua e agora, passada a maré baixa, continuarei a ter coragem para acreditar?

... chat ...



L – e nas das passas de ano novo pediste uma gaja boa?
Druiel – Não comi passas e não pedi nada.
L – Mas já não queres uma gaja boa?
Druiel – Tu pegas por tudo. Quero uma mulher que me entenda, com quem possa crescer, ser eu. Que ame, que me corresponda, que me faça feliz e que me deixe faze-la feliz. Tudo o mais é bónus.
L - Não achas que é muito? Se calhar uma gaja boa era mais fácil.
Druiel – Se calhar.

03 janeiro 2008

... luggage inside ...


Sabe-se que não se deve iniciar uma relação com a bagagem das relações anteriores.
Mas não se deve mesmo?

Não tenho qualquer intenção de deixar para trás a bagagem do que pelo já passei. Se por um lado tenho pouca bagagem - que mereça de facto trazer comigo – por outro, trataram-se de aprendizagens que não quero esquecer. Ou porque me foram caras, ou porque de tão dolorosas que foram não me posso dar ao luxo de as descartar.

Diverte-me de alguma forma recordar como era o meu coração e a pouca razão que tinha há uns anos atrás. Hoje enfrento o espelho e penso que poderia estar muito pior. Talvez por também saber que a culpa em parte foi minha. Por ter deixado, ou por ter acreditado de que valia a pena a faca no coração se tivesse vivido um grande amor.

Dentro da bagagem não transporto nem dor nem mágoa, apenas alertas e experiências para delinear o meu caminho.

02 janeiro 2008

... maybe ...


Há algo diferente em mim.
Há uma mudança que já vinha emergindo com o final do ano e que agora sacode as suas últimas réstias.
Não é por ser ano novo.
É o culminar do efeito de um purgamento lento e doloroso. O efeito de 2 meses a ignorar, 7 meses de luto, 4 meses de Psicoterapia e 2 meses a sarar feridas.
Ajuda ser um ano novo.
Traz consigo uma esperança reforçada.